Nunca supervalorize a estranha habilidade de
lidar com a efervescência dos sentimentos: dominar os sintomas clássicos das
ruidosas emoções que, com efemeridade se extinguem, não passa de uma medíocre
aptidão. É a morna tristeza que desestabiliza. A dolorosa inquietação
que provém de determinada ausência é a tirana capaz de massacrar os
desavisados.
(A saudade não ruge: é um som quase inaudível
mas com poder agudo de destruição.)
Portanto, não se engane com a ensaiada cortesia:
essa hóspede indesejada é dotada de uma indomável persistência. A memória é o
seu combustível e nos leva a vagar entre os espectros de um tempo distante onde
sábias decisões, um enredo satisfatório e finais felizes são inexistentes.
(Alimentar o passado causa rachaduras
profundas em nossos corações.)
Assim, entregue aos demônios, tentamos em vão
despedaçar a bússola interna que nos atrai aos planos não concretizados que
somente elevam o sofrimento ao seu maior grau. Contudo, a revolta é impotente.
Apesar das lágrimas contidas, a capacidade de sobreviver às lembranças é apenas
uma vitória vazia que cheira à frustração.
Seguir em frente...
ResponderExcluirbj
Helena,
ResponderExcluirBatalhas íntimas são épicas. E as vezes com o péssimo hábito de se estendem por uma vida. Como aqueles seriados que duram anos e anos. Perto do final o enredo vai ficando mais fraquinho, a gente quase não lembra mais o começo, talvez sentindo até alivio por estar acabando.
Acho que falei demais. Misturei tudo! rsrs
Sempre legal rever seus textos!
Beijos!
Dave.
É passado... Já passou e levou uma porção do tempo.
ResponderExcluirBoa semana.Bjs.
Helena, nobre amiga!
ResponderExcluirEis mais um gatilho perigoso néh? O lado bom é saber de sua existência, matar esse leão que não ruge, ou saber como lidar com ele.
Alimentar esse leão disfarçado de gatinho é muito perigoso. Gostamos do perigo, no fundo sabemos que vamos ser mordidos e arranhados pelas garras de falso gatinho, que não esconde sua intenção.
As lágrimas mesmo após os ferimentos não devem ser contidas. usa-las com a finalidade de anestesiar a dor é um bom analgésico. Embora temporário esse alívio, elas também ajudam na cicatrização!
Um forte abraço e mais uma vez parabéns pelo texto. Ajudou para eu refletir sobre alguns leões que não rugem aqui dentro.
Boa semana.
Wellington Maia
São íntimas e solitárias as verdadeiras grandes batalhas.
ResponderExcluirGK
Seu texto é um dedo na ferida. Traz entendimento. É um print exato do meu momento. Vejo que serei assíduo por aqui.
ResponderExcluirDivagar sobre o passado não é um mau exercício (apesar de, por vezes, ser como olhar directamente para o sol, fere-nos), porém é importante ter a consciência que ele é inalterável e não há lugar para "e se", apenas a resposta a alguns "porquês" que nos ajudam a obter um novo olhar para enfrentar o futuro de forma diferente.
ResponderExcluirAdorei o texto Helena!
Um beijo!
Postagem maravilhosa, obrigado pela visita.
ResponderExcluirBlog: https://arrasandonobatomvermelho.blogspot.com.br/
Canal:https://www.youtube.com/watch?v=DmO8csZDARM
Com sempre, Helena, textos ricos em sensibilidade. Gostei muito e me identifiquei...frustrações...nem sei o que dizer!
ResponderExcluirBeijos.
Muitas vezes as coisas que nos tocam mais são aquelas que na altura em que estão a acontecer nem nos apercebemos.
ResponderExcluirBom dia, Helena:))
saudade corrói...
ResponderExcluirUau, você é escritora profissional? Porque olha, seus textos são magnificos, tão cheios de sentimento e verdade...me deixou sem palavras.
ResponderExcluirParabéns, você é extremamente talentosa com as palavras!! quando eu crescer quero ser igual a você haha
beijooos
https://meiosentimental.blogspot.com.br/
- E me lembrando de te esquecer, acabei por me lembrar de você...
ResponderExcluirUma vez escrevi sobre a saudade que é "visita que aparece quando o dono da casa vai embora"... e nesse contexto, um querido amigo me ensinou sobre a saudade que é "a casa". Que silenciosa, é o todo em torno de nós, e nós um pedacinho dela... essa minha cara, não sei lhe dizer como, quando, ou se um dia, o silêncio dela para de gritar.
Abraço carinhoso.
Esse meu amigo querido me deixou dias pensando sobre o assunto, e procurando algo que pudesse ser resposta à altura... não encontrei, tamanha a profundidade dessa lição. No fim só pude dizer a ele: Tens razão!
ExcluirAbraço carinhoso
Gostei do texto
ResponderExcluirBlog Entrelinhas
OOOOOOOOI
ResponderExcluirHelena, por favor: Escreva um livro. Eu preciso das suas palavras pra caminharem comigo enquanto os dias passam.
Cara, eu adoro demais tudo que você faz e posta aqui!
beijo
www.beinghellz.com.br
Bom dia!
ResponderExcluirQue ótima abordagem!
Adorei ler aqui.
Ótimo fim de semana.
Bjins
CatiahoAlc.
Olá! A saudade fere mas abre comportas esquecidas! lindo texto, abraços
ResponderExcluirLi seu texto imaginando uma voz bonita narrando-o e uma cena inicial de filme. Foi ótimo!
ResponderExcluirAbraços!
As moscas na janela
Impactante texto bela Helena, navegas na complexidade que faz parecer fácil entender, interpretar, só que não, ao mesmo tempo um texto desbravador de sentimentos, colocando em xeque, nossos próprios fantasmas, memórias, saudades...tudo que poderia ter sido e não foi, um belo exercício de como lidar com as frustrações que nos acompanham no desenrolar de nossas histórias, nossas vidas. Helena sempre surpreendente minha passagem por aqui...já falei que me encantam e intrigam teus títulos, né?
ResponderExcluir" (A saudade não ruge: é um som quase inaudível mas com poder agudo de destruição.)" É poético e definitivo, chega a ser plástica este frase, assim como "(Alimentar o passado causa rachaduras profundas em nossos corações.)". Tenho a impressão que fiquei buscando, entender, sentir e me entender com meu resgate, com minhas memórias, com o que sou hoje, com o que eu recebo agora, este belo e impactante texto. Obrigado bela Helena e sempre um prazer ter ler por aqui.
ps. Carinho respeito e abraço.
Boa tarde, na vida encontramos muitos conselheiro, é fácil dar conselhos, o que não é nada fácil, julgo que até, é impossível mudar os sentimentos e reagir aos mesmos.
ResponderExcluirO texto que partilhado é fantástico, sua escrita é excelente ao quadrado.
Continuação de feliz semana,
AG
Ótima abordagem; mas para cicatrizações de qualquer
ResponderExcluirviés, não existe outra saída a não ser seguir em frente.
Então...Gosto da ideia de viajar, conhecer novas pessoas e lugares. Mas nunca viajo, por falta de grana pra viajar e/ou tempo disponível. Mas adoraria mudar isso. Uma ideia foi criarum espaço para que viajantes compartilhem sua casa e depois sejam convidados a conhecer a cidade do hóspede que recebeu, ficando tbm em sua casa. É só uma ideia. Vamos ver o q rola. Moro em Arraial D'ajuda, Porto Seguro. E adoraria receber pessoas e mostrar-lhe minha bela cidade. Visitem o blog e me ajudem a criar essa possibilidade de encontros. Bjos
ResponderExcluirSaudade é uma coisa que doi muito :C
ResponderExcluirCom amor,
♥ Bruna Morgan ♥
Olá doce poetisa, passado e futuro não existem, existe o agora, e temos de não deixar o mesmo roubar todas as nossas emoções, sendo as mesmas positivas em sua maioria, bjs e feliz dia
ResponderExcluirQue texto lindo, amei :D
ResponderExcluirsubmersa-em-palavras.blogspot.com.br
Adorei o texto! É aquilo né: devemos seguir em frente e estar dispostos a sentirmos as nossas emoções e não deixa-las de lado.
ResponderExcluirUm beijão,
Gabs | likegabs.blogspot.com ❥
Lutar com estranhos é fácil, mas consigo mesmo é árduo ou quase impossível. Em assuntos mais contrapostos, tem que dar um estado na cabeça da gente para tomar novo rumo em um desvio de rota. Muitas vezes lutamos inutilmente contra nós mesmos. Grande abraço. Laerte.
ResponderExcluirOlá, querida Helena, que vive falando de "Caos", mas que conhece mto bem seus sentimentos e os dos outros, também.
ResponderExcluirÉs uma mulher mto inteligente, sensorial e sensitiva, de olhar profundo, uma excelente escritora e se ainda não tens o curso de Psicologia, será fácil consegui-lo, pke tens a matéria em dia e bem estudada.
Todo o mundo tem batalhas íntimas, mas cada qual as resolve como sabe, como pode, como quer. Elas dependem, sempre, e só de nós.
Saudade, que é "isso"? Foi bom, enqto durou, mas "agora" é passado e passado é pra museu.
Solta, liberta teu coração e não dês importância, nenhuma mesmo, a gente que tem caca no cérebro e não massa cinzenta.
Beijos e bom domingo.
QUE A PRIMAVERA RENOVE TUA VIDA, INTERIOR E EXTERIOR!
Olá, Helena!
ExcluirClaro que é. Acredita que não sou de deitar palavras o vento, nem bajuladora.
Li teu mais recente post e mta colisa está explicada. Com o avançar da idade, vais ver que as coisas vão mudar e se fores mãe, um dia, então, verás o mundo de outro jeito (te fala uma mulher, por opção, não quis, não quer ser mãe).
Novo por por lá. Obrigada!
Beijos.
Amei o texto :D
ResponderExcluirsubmersa-em-palavras.blogspot.com.br
Profundíssimos! Adoro textos reflexivos! Amei. Beijos, Helena.
ResponderExcluir"Alimentar o passado causa rachaduras profundas em nossos corações."
ResponderExcluirNão é bom alimentar esse bichinho chamado passado, né Helena.
Ele cresce muito, as vezes é meio hostil, vez ou outra morde a mão de quem o alimenta, esse ingrato.
Mas somos bonzinhos demais, nunca resistimos a deixá-lo completamente faminto... mas faz parte.
beijos!
Tome cuidado com o Innamorato.
ResponderExcluirTodas o consideram um 'homem' maravilhoso. O GRANDE TRUQUE --- Mostrar-se muito amigo.
Anda simplesmente no ENGATE.
Innamorato é só um dos numerosos nicks que usa.
Esse gajo vale ZERO.
Os português sempre chorando, chorando, chorando sobre os territórios perdidos de séculos atrás. Portugueses burros RACISTAS viver no presente não para o passado!
ResponderExcluirPUTUGAL e uma merda e verdade e verdade! Nao trabalhos pa os Velhos e os Jovems...e verdade e verdade! E racismo puro e muito desgraciado!
O louco continua à solta, Helena! Não entendo as pretensões dessa criatura.
ExcluirNão sou brasileira, mas talvez se arranje alguém da favela, que o coloque no sítio. Tá precisando!
Conviver com a saudade é horrível, temos que ter muita maturidade pra aprender a lidar com isso.
ResponderExcluirBeijos
Mundo de Nati
Interessante...
ResponderExcluirMe faz pensar na (minha) frequente auto-ilusão de que sou invulnerável, que emocionalmente sou parte da paisagem, como uma árvore...
Fácil, porém, esquecer que árvores, independente sua vontade, dão frutos...
Olá Helena. Amei esse texto. Gostaria de comentar sobre ele melhor mas infelizmente ele me toca mais profundamente do que minhas palavras são capazes de expressar agora. Quem sabe outro dia...
ResponderExcluirGuardarei essas verdades no fundo de meu coração.
https://notas-poeticas.blogspot.com.br
Encontrei seu blog por acaso e fico sem palavras para descrever o que senti lendo tuas escritas!
ResponderExcluirParabéns. Tens a capacidade de nos fazer sentir cada palavra escrita e nos identificar por completo.
Segui, um beijo.
Through My Eyes
HELENA,
ResponderExcluirconfesso minha absoluta inabilidade para fazer afirmações definitivas sobre sentimentos!
Permita-me passar nesta?
Um abração carioca.