terça-feira, 2 de abril de 2024

*** 12 ***


Às vezes,  meu amigo,  é preciso arejar - limpar os sonhos mofados, sacudir os desejos empoeirados, desencavar 
aquela esperança enterrada viva. 


quinta-feira, 26 de outubro de 2023

(Des)Controle


Eu te desejo amor.
Não um amor cheio de farpas, desses contaminados que murcham, que enrugam, que apodrecem. Tampouco um amor modesto, desses em preto-e-branco, atrofiados, repletos de desejos contidos e de emoções sufocadas. Você merece um amor ardente, de chama violenta, desses que sentimos na pele, nas entranhas, na alma.

Eu te desejo um amor inteiro.
Eu te desejo imensidão.

terça-feira, 15 de agosto de 2023

*** 11 ***


E, de hoje em diante, eu só aceito quem relaxa o meu coração. Chega dessas pessoas tóxicas que me destroem um pouquinho mais a cada dia.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

*** 9 ***


Às pessoas emocionalmente saudáveis - essa gente feliz, bem resolvida e de autoestima inabalável - eis aqui os meus eternos bocejos.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

*** 8 ***


Não utilize uma decepção como pretexto para afastar as outras pessoas: a solidão faz o nosso coração apodrecer.

*** 7 ***


Transborde, arda, enlouqueça! 
Afinal, há uma linha muito tênue entre a lucidez e a chatice.

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

*** 6 ***


Definitivamente, tenho preguiça das pessoas que são sedutoras o tempo todo. 
Afrouxe a cinta, colega. Aprenda que não há nada tão irresistível quanto o bom humor.

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

*** 3 ***



Não adianta acumular a sujeira embaixo do tapete, moça. 
Lixo aglomerado é capaz de contaminar a sua alma.
 

terça-feira, 27 de julho de 2021

*** 2 ***



Eu cheguei à conclusão de que a vida me trata de forma muito canalha: afaga, porém, chuta o meu traseiro logo em seguida. Mas nessa relação de amor e ódio, entre carícias e bofetadas, eu consigo sobreviver 
nem que seja por teimosia.

quinta-feira, 22 de julho de 2021

*** 1 ***



Entenda, meu bem: 
Só porque eu nunca dancei conforme a música não quer dizer que ficarei estática na pista.

terça-feira, 20 de julho de 2021

(Re)Começar



Não é sobre apagar o passado e sim, deixá-lo para trás: páginas foram viradas, capítulos estão encerrados - um ponto final substituindo todas as minhas vírgulas. 

domingo, 10 de junho de 2018

Vestígios


Eu não nasci para ser sol. Ainda que, temporariamente radiante, o brilho transitório sucumbe à escuridão sem oferecer resistência. Os sombrios resíduos emocionais são as provas inequívocas de que nem sempre é possível controlar todos os danos. 

(Em meu coração há lugares inóspitos onde a luz é incapaz de penetrar.) 

Contudo, eu não almejo salvação. A vulnerabilidade nunca foi característica intrínseca de minha natureza: domino a arte de guerrear sem, no entanto, perecer na linha de combate. Embora a fria determinação tenha aspecto assustador, um olhar cuidadoso revela somente o empenho de quem pode contar apenas consigo mesma. 

(Não trata-se de coragem. O medo, aliás, é um grande motivador.) 

Eu estou fora dos padrões ideais. Portanto, não me inclua em categorias onde os elementos são didaticamente classificáveis. O meu ser é composto de fragmentos puros e indecentes, um amontoado de vícios e de virtudes que garantem a minha funcionalidade. Sendo assim, escolha a perspectiva que mais lhe agrada. Ou então, não se apegue aos detalhes: simplesmente reconheça que, em determinados momentos, somos apenas o que nos convém.

terça-feira, 6 de março de 2018

Lamento Agudo


Mal-aventurados aqueles que optam pela estabilidade e pelo conforto e que domesticados, seguem a vida em ritmo previsível. Criaturas em estado irreversível de torpor que com sanidade, atenuam os ávidos sentimentos capazes de estrangular a sua alma.

(Aprecio os desejos urgentes, as paixões desmedidas que nada respeitam.)

Infelizes aqueles que buscam uma estrada segura e asfaltada e que desorientados, amedrontam-se com os caminhos sinuosos à beira do abismo. Seres moribundos que incrustados em seus hábitos, evitam os arriscados itinerários por receio das terríveis emboscadas.

(Não há nada tão perturbador quanto a monotonia de determinados trajetos.)

O meu desprezo é direcionado aos covardes de espírito seco e de coração oco que temem a intensidade de existir. Portanto, meu bem, não seja dominado pela apatia: lembre-se de que não há esperança para aqueles que negligenciam as suas próprias emoções.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Batalhas Íntimas



Nunca supervalorize a estranha habilidade de lidar com a efervescência dos sentimentos: dominar os sintomas clássicos das ruidosas emoções que, com efemeridade se extinguem, não passa de uma medíocre aptidão. É a morna tristeza que desestabiliza. A dolorosa inquietação que provém de determinada ausência é a tirana capaz de massacrar os desavisados.

(A saudade não ruge: é um som quase inaudível mas com poder agudo de destruição.)

Portanto, não se engane com a ensaiada cortesia: essa hóspede indesejada é dotada de uma indomável persistência. A memória é o seu combustível e nos leva a vagar entre os espectros de um tempo distante onde sábias decisões, um enredo satisfatório e finais felizes são inexistentes.

(Alimentar o passado causa rachaduras profundas em nossos corações.)

Assim, entregue aos demônios, tentamos em vão despedaçar a bússola interna que nos atrai aos planos não concretizados que somente elevam o sofrimento ao seu maior grau. Contudo, a revolta é impotente. Apesar das lágrimas contidas, a capacidade de sobreviver às lembranças é apenas uma vitória vazia que cheira à frustração.

terça-feira, 9 de maio de 2017

Livre-Arbítrio


Sem tempo para traçar uma rota de fuga, decido apenas observar apaticamente enquanto ele discorre sobre os seus padrões deturpados de moralidade. Apesar do meu desespero evidente e dos esforços para evitar um embate violento, os monólogos intermináveis e desgastantes tornaram-se rotineiros a cada encontro: a implicância com minhas tatuagens originam críticas que tencionam salvar uma alma impura da degradação eterna.

(Rabiscar o corpo é atitude diabólica!)

A série de conversas irritantes contém instruções valiosas que me fazem cogitar a possibilidade de engolir a minha cabeça. Porém, consciente de suas tentativas infrutíferas, meu único receio é o abandono da sua agressão passiva e a adoção de métodos diversificados que incluam me açoitar com o Rosário, espancar com uma Bíblia ou vociferar maldições em Latim.

(Se você já foi alvo do fanatismo religioso vem cá, me abraça!)

Conviver com a perturbação ocasional de certas perguntas imbecis ou de inúmeras perspectivas negativas me torna apta a conter uma combustão espontânea ou qualquer ímpeto homicida. Mas cá entre nós? Percebi que nunca haverá negociação com quem te considera a Mensageira do Apocalipse! E não. Não pense que sou uma criatura sombria sedenta de sangue ou possuo o 666 cravado na testa: a miséria de minha condição reside exclusivamente na cegueira espiritual - na atitude pagã de ousar desfrutar de minha própria liberdade.

(Ui. Me deixa!)

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Feridas Ocultas


Quando uma nuvem negra de melancolia paira repentinamente sobre nós, a luta violenta para conservar a alma impassível e os olhos enxutos é esforço vão. Uma boa memória é a sentinela mordaz que me obriga à reconstituição de eventos dolorosos e de sórdidos pormenores que demonstram apenas o aspecto menos nobre de minha natureza: sou escrava das lembranças inúteis, refém de um passado moribundo do qual não consigo me desvencilhar. 

(São tantas as verdades incômodas que gostaríamos de esquecer!) 

Não houve espaço para justificativas covardes, afinal, decência seria não persistir em erros que insisto cometer - alguns pecados não podem ser redimidos e certas falhas não serão perdoadas pois não merecem o direito à retratação. Mesmo uma punição justa e bem aplicada não é capaz de dissipar as mágoas que tornam-se feridas gangrenadas alojadas em nosso espírito. 

(Existem enfermidades incuráveis!) 

Sem resquícios de satisfação interior, optei simplesmente por me afastar dos escombros a passos largos e com fria determinação. Porém, a fuga cobra o seu preço: o remorso é uma moléstia que aflige, que maltrata o coração. Apesar da legitimidade do sofrimento, certas escolhas determinam o nosso destino e conviver com a turbulência de emoções é apenas a consequência dos amores mal resolvidos, fantasmas que nos assombram cada vez que olhamos para trás.

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Verdades Amargas


Eu proponho um brinde às paixões fulminantes: aquelas que provocam vertigens, soltam faíscas e ardem na alma! Quem não gosta, afinal, do friozinho na barriga, da sensação de borboletas no estômago e das pernas bambas a cada nova descoberta? São paixões que atraem na mesma proporção em que amedrontam - tão intensas quanto efêmeras e conforme se esvaem, deixam o nosso coração em estado avançado de putrefação.
 
(Mas quer saber a verdade?)
 
Despir as roupas é muito fácil, complicado mesmo é despir as máscaras. Vomitar declarações fajutas próprias de um amor dissimulado é simples, difícil é permanecer voluntariamente apesar de todos os medos, inseguranças e imperfeições. Somente quando a ficção cede lugar à realidade e a rotina não é capaz de massacrar uma relação, a entrega pode ser plena - nunca subestime o poder mágico da sucessão dos dias que fazem as barreiras que criamos ao longo dos anos desmoronarem.
 
(Acredite: o tempo nem sempre é o vilão do nosso conto de fadas.)
 
Desculpe, mas dispenso qualquer relacionamento com prazo de validade. Ainda procuro secretamente alguém que não me considere apenas um maldito pedaço de carne - chega dos sentimentos ardilosos que bóiam entre um arrogante desinteresse! Hoje em dia almejo algo mais profundo, mais absoluto: talvez até uma convicção ameaçadora de quem sabe o que realmente deseja.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Eu não sou o amor da sua vida



Determinados hábitos não morrem: insisto em mergulhar profundamente em qualquer poça d’água. Eu sei. Eu sei! A culpa é minha. Talvez por não levar em conta milhões de variáveis. Mas principalmente por achar que venceria todos os obstáculos.  

(Quanta inocência!)  

Eu sou um desastre, sim. Contudo, não se engane: embora não utilize os métodos mais aclamados pelos psicólogos, tenho plena convicção de que para viver de verdade precisamos estar dispostos a correr alguns riscos. Você pode até censurar as minhas características masoquistas, entretanto, acho que deveria levar a sério quando digo que as dores amenizam e as feridas cicatrizam com o passar do tempo. É preferível dar de ombros diante de um fracasso do que definhar pensando no que poderia acontecer.   

(E isso, meu caro, é questão de escolha! )

Nunca deixarei o meu coração atrofiar. Ele pode se despedaçar um pouco mais a cada embate, porém, quero entregá-lo diariamente e por vontade própria. Sem medos. Sem pretextos. Sem desejos reprimidos. Não vou tolerar apenas uma fagulha, uma pequena centelha - quero explodir de paixão onde exista reciprocidade.

(Aceitar migalhas nem deveria ser uma opção!)  


Eu não sou o amor da sua vida simplesmente porque não preencho nenhum dos requisitos que você estipulou. Mas cá entre nós? Eu sinto muito por você optar pela solução ligeiramente mais fácil.  E fácil, nesse caso, sempre foi desistir. 

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Sem Expectativas


“- Você não é assim. Mas tenho medo da pessoa que irá se tornar. ”

O profeta da desgraça: alguém que sempre apostou no meu caminho para a autodestruição. Talvez a sua preocupação seja até sincera e muitas vezes fundamentada. Contudo, suas palavras apenas me relembram que somos pólos divergentes, apesar de coexistirmos harmonicamente hoje em dia. 

Não posso negar que em determinado momento eu acreditei. Acreditei que existiria alguém transbordando dentre tantas pessoas rasas. Alguém que não desistiria quando tudo parecesse aterrorizante e impossível. Alguém que realmente se importaria. Mas acabou a espera. Diante de meus inúmeros fracassos percebi que a esperança é um fardo monumental para carregar. 

Não, não significa que estou desistindo. Somente abdico insistentemente de enxergar o que os outros negligenciam – é um trabalho árduo! Cansei de ser vítima da superficialidade. Agora serei apenas uma sobrevivente.